Em meio a uma onda mundial
de crescente oposição e de movimentos sociais de toda a ordem,
foi possível, hoje, às esquerdas encontrarem-se de forma unida.
Uma consciência mundial prevaleceu
no sentido de ação comum. Antes, os sindicatos e as ONGs buscavam
sua ação internacional separada; os movimentos ecológico,
feminista, gay, e outros trilhavam sua via própria. O Fórum
Social Mundial representou a coalizão destas forças. É
um fato novo pela consciência que possibilitou a ação
unificada, antes impossível. Delegações de movimentos
de 120 países estiveram presentes em Porto Alegre.
As contradições que acompanham o atual processo de globalização econômica, cultural, tecnológica, financeira e política constituem o combustível que possibilitou à primeira edição do Fórum Social Mundial ser o sucesso que foi (16.000 participantes, 4.700 delegados). Quantas pessoas se beneficiam dos resultados positivos da globalização e da liberdade econômica? Quantos pagam seu custo sob a forma do desemprego, da fome, da miséria, da morte, da exclusão social, da perda do padrão de vida? Em que medida os trabalhadores que vivem na América Latina, na África e na Ásia, que são a grande maioria da população mundial, se beneficiaram da globalização do capital? Certamente minorias mundiais, encontráveis também em cada uma de nossas grandes cidades, se beneficiaram. Mas as maiorias, tiveram a perder.
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